Sábado, 27/05/2023 - 16h40
Por Redação
Uma professora de uma creche municipal em Vespasiano, Minas Gerais, foi afastada de suas funções pela Secretaria de Educação, após ser acusada de dificultar a respiração de um aluno autista de 5 anos, fechando a boca e o nariz dele simultaneamente.
Segundo a Secretaria, a professora foi afastada e um processo administrativo foi instaurado, podendo resultar na demissão da servidora.
Segundo Fabi, durante a reunião, a professora teria admitido que prendeu a respiração do menino cerca de um mês antes, porque ele estava em crise e dizia querer morrer. A intenção seria mostrar a ele como é ruim a sensação da 'morte'. Após o ato, a professora teria dado um beijo no rosto da criança.
Ao g1, a diretora da escola informou que seus funcionários optaram por não se manifestar.
"Quando meu filho está em crise e não consegue fazer alguma tarefa, ele sente culpa e diz que quer morrer. Na escola, ele deve ter feito algo que não deu certo e disse isso. Fiquei horrorizada [com a reação da professora]. O Pedro já teve bronquite e crise de asma. Tampar a boca e o nariz dele? Como posso aceitar? Isso é agressão", diz Fabi.
Na quinta-feira (25), os pais compareceram à Secretaria de Educação para relatar o ocorrido e solicitar a transferência da criança para outra escola.
Em nota enviada ao g1, o órgão afirmou que expressa "profunda solidariedade ao aluno possivelmente agredido". Além disso, informou que a servidora foi afastada das atividades com alunos e que um processo administrativo foi instaurado, podendo resultar em sua demissão. A Secretaria também mencionou que este é um caso isolado e ofereceu à família a possibilidade de transferir a criança para outra escola.
Renata Tibiriça, defensora pública dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, explica que a Lei Brasileira de Inclusão considera como violência qualquer ação ou omissão que cause sofrimento físico ou psicológico.
"A família pode entrar com uma ação de reparação de danos contra a escola. E é dever da Secretaria de Educação agilizar a transferência do aluno, a fim de protegê-lo de qualquer forma de violência", afirma.
Ela também ressalta a importância de capacitar os professores para lidar com pessoas com deficiência.
"É um grande desafio que enfrentamos nas escolas", destaca.
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