O que é a 'gripe do tomate', que infectou mais de cem crianças na Índia

 por Stefhanie Piovezan | Folhapress

O que é a 'gripe do tomate', que infectou mais de cem crianças na Índia
Foto: Reprodução / CDC

Pesquisadores da Índia e da Austrália reportaram na última quarta (17), na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, o surgimento de uma nova doença, conhecida como "gripe do tomate" ou "febre do tomate".
 

Os primeiros registros da enfermidade ocorreram no sul da Índia, no estado de Kerala, em 6 de maio. Em 26 de julho, mais de 80 crianças menores de cinco anos moradoras da região haviam contraído a infecção. Outros 26 casos em crianças entre um e nove anos também foram registrados em Odisha, no leste do país.
 

De acordo com os cientistas, a gripe do tomate provoca sintomas semelhantes aos observados em pacientes com Covid, mas as doenças não estão relacionadas. Eles suspeitam que ela possa ser um efeito posterior da chikungunya ou da dengue, em vez de uma infecção viral, ou então uma variante da doença mão-pé-boca, que atinge principalmente crianças menores de cinco anos.
 

Os principais sintomas observados em crianças são febre alta, dor intensa nas articulações e o surgimento de bolhas vermelhas e dolorosas que aumentam de tamanho, daí o nome gripe do tomate. Fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, febre e desidratação são outras condições relatadas.
 

Segundo os cientistas, como os sinais são parecidos com os de outras infecções virais, a doença é confirmada depois que exames moleculares e sorológicos descartam o diagnóstico de dengue, chikungunya, zika e varicela-zóster.
 

O tratamento também é semelhante. Não há vacina ou medicamento específico, e os médicos recomendam isolamento, repouso e ingestão de líquido, além de analgésico.
 

"Semelhante a outros tipos de gripe, a gripe do tomate é muito contagiosa. Portanto, é obrigatório seguir o isolamento cuidadoso de casos confirmados ou suspeitos e outras medidas de precaução para evitar o surto do vírus da gripe do tomate de Kerala para outras partes da Índia", dizem os autores.
 

O grupo afirma que o isolamento deve ser seguido por cinco a sete dias a partir do início dos sintomas para evitar a disseminação da infecção e que a melhor forma de prevenção é a manutenção de medidas de higiene e limpeza.
 

Eles também recomendam evitar que as crianças infectadas compartilhem brinquedos, roupas, alimentos ou outros itens com os colegas

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